A lua vai
caminhando
com seu vestido
rendado
sobre as areias
celestes,
e as claras
lantejoulas,
pequenos lírios
de luz
com que enfeita
sua veste,
vão ficando
pela estrada,
clareando a
madrugada,
derramando-se
na aurora,
em ondas de cor
lilás
que o calor do
sol desfaz
quando a noite
vai embora.
De longe vou
contemplando
a dama que vai
passando
com seu vestido
rendado,
e penso como
seria
cantar para
ela, um dia,
de cima do meu
telhado.
Talvez ela aquietasse
os passos e
repousasse
no colo da
minha voz...
Nesse instante
a melodia,
dançando,
desenharia
um mundo só
para nós.
Um mundo todo estampado,
de roseiras
adornado,
ao redor
de minha casa...
Os seus lábios de
carmim,
seus sorrisos de
cetim
seriam como uma
brasa
crepitando o
tempo inteiro
no centro de um
candeeiro,
aquecendo o meu
olhar...
Meu olhar que
vai buscando
belezas em todo
canto,
canções em todo
lugar!
Lua clara de
tão mansa,
desce do céu e
descansa
dessa tua
caminhada!
Desce aqui,
fica comigo,
que as rendas
do teu vestido
são ternura
alumiada.
Escuta a minha
cantiga,
ó lua, distante
amiga,
vem dançar
neste salão!
Ou me leva
escondida
nas rendas
desse vestido
que veste minha
canção!
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