E quando caírem as trevas,
e ameaçarem nos roubar
o riso, o canto, o olhar,
o abraço, o afago, o sonhar,
até mesmo esse sopro breve
da vida levando a alma
a no corpo se encontrar...
Quando caírem as trevas,
haveremos de alargar
os lábios, a voz, o peito,
sim, haveremos de entoar
a canção desconhecida,
há tanto tempo nascida,
mas oculta em algum lugar...
Haveremos de alargar
os braços para alcançar
quem amávamos e também
quem aprendemos a amar...
Haveremos de tecer
memórias para acolher
quem quer que possa chegar,
haveremos de luzir
em meio à escuridão,
haveremos de enxergar
a nós mesmos e aos irmãos,
haveremos de afagar
quem jamais pensamos ser...
Sim, haveremos de ser,
tão somente
ser.
Kalliane Amorim
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