A esta hora,
senhora,
não mais te reclama
a mobília,
o assoalho,
no recanto do teto,
a teia e a aranha.
senhora,
não mais te reclama
a mobília,
o assoalho,
no recanto do teto,
a teia e a aranha.
Nada mais te espreita
ou conhece teu nome.
Estranhas.
Cora a tua tez
saber-te inútil
a esta hora, mas vês,
estendes a mão,
alargas da porta a fresta...
Nesse trino gesto,
uma prece inteira:
da hora derradeira
a claridade te acompanha.
Já não és só,
e é quase dia,
senhora.
Teu gado, oculto,
arrebanha,
que já te chamam,
lá fora...
Kalliane Amorim
(Escrito entre 20 e 21 de agosto de 2020)
Nenhum comentário:
Postar um comentário