Com palavras, bem
quisera
desenhar a
formosura
dessas pequeninas
flores,
vindas do ventre
das chuvas,
tecendo estampas
miúdas
nas casas
abandonadas
que agora dormem no
álbum
de retratos de
minha rua.
Caminhando, com
meus olhos
debruçados sobre a
terra -
com palavras, bem
quisera
descrever o que não
há
de tão óbvio nessas
flores,
mas que exala seus
olores
sobre os meus
passos atentos
ao meu próprio
caminhar.
As pétalas
estendidas,
em lilases e
amarelos,
apontam para um
caminho
inefável, pois
singelo,
cujo nome não
consigo,
na verdade,
compreender.
Porém dentro do
silêncio
que se faz nesta
morada,
onde a luz do sol
adentra
despida, sem
conhecer
o que quer que seja
sombra,
permaneço a
contemplar
esse olhar que me
consome,
inflamando os horizontes
e vestindo a minha
rua
de um rubor
crepuscular.
Ante a auréola
dessas flores
calam-se as minhas
palavras...
São teus lábios me
sorrindo
a paisagem que
diviso
ao mirar esse
jardim
estendido em minha
estrada.
Eu não sei que gozo
sinto...
Sei que tudo em mim
se move,
ajoelha-se,
comove-se,
devolvendo-te os
sorrisos
com que tu me
acaricias...
Só penso que
morreria,
se pudesse esboçar,
com o cinzel da
poesia,
uma centelha deste
amor
tão divino e
delicado,
meu amado, em cujo
peito
o meu canto principia.
Kalliane Amorim
Nenhum comentário:
Postar um comentário