sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Sobre ser amante de livros - parte 2

Comentando com alguns amigos sobre as comemorações alusivas ao dia do amante de livros, pedi-lhes que enviassem também suas próprias listas, para fazer jus ao item 6 de minha lista: Amantes de livros sempre arranjam um pretexto para se juntar com outros amantes de livros e conversar sobre tudo que diz respeito a livros.


Alguns enviaram listas mais longas, outros citaram poucos itens, e houve aqueles que mencionaram somente um ou dois aspectos relativos à sua experiência com os livros.

O primeiro foi meu amigo e também poeta Felipe Garcia:


1. Gosto de viver o livro fora da leitura. Por exemplo: se leio José de Alencar, quero encontrar na vida as suas inspirações. 
2. Gosto de conviver com personagens e versos que deram um nó em minha cabeça. Por aí, às vezes desato esse nós e os compreendo. 
3. Gosto de leitura que consegue te colocar na página e te expulsar dela como a mesma força e intensidade. 
4. Gosto de ver o que não vejo dentro do livros. Mais do que isso, de desver.
5. Livros são mais interessantes do que aplicativos para emagrecer. Descobri isso esses dias. 
6. Gosto de saber o cheiro que meus livros têm. É um ritual que os cachorros fazem para socializar e eu também. 
7. Um livro fechado na estante é um livro fechado. Um livro fechado nas mãos é um livro que pode ser aberto. É óbvio. 
8. Não risco livros nem coloco nome nos meus nem nada. Só marcadores. Livros devem ser repassados e eu não duro para sempre. 
9. Os livros mudaram minha vida. Graças a eles, encontrei várias razões para viver e várias formas de ser. Consegui até ser escritor! 
10. Uma selfie com um livro não é suficiente para leitura. Leia mais, pose menos. 
11. Eu me orgulho dos livros que li. Um livro é uma lembrança que nunca para de lembrar.


Depois, foi a vez de meu amigo Arthur Queiroga mencionar que gosta de ler os livros na língua original, por isso coleciona exemplares em diferentes traduções, e também em diversas línguas. O Pequeno Príncipe está em quatro volumes em sua estante: em francês, português, espanhol e alemão. Também tem diferentes versões de Harry Potter e O retrato de Dorian Gray.

Minha aluna Rosália confessou que quando ouve alguém falar de um livro, corre para pesquisar e, talvez, comprar, mesmo que ainda haja livros esperando ser lidos. Já Ester, outra aluna, contou-me sobre sua intimidade com os livros nessa lista que me mostrou quarta passada:


1. Eu sempre me imagino sendo uma personagem.
2. Choro e sorrio na companhia de um livro.
3. Caso não goste do final, crio mentalmente outro.
4. Falo com meus livros.
5. Tenho uma biblioteca digital.
6. Morro de ciúme de emprestar meus livros.
7. Morro de vontade de ir para Amsterdã e para o Alasca por causa de dois livros que li.
8. Imagino os animais falando muitas vezes, por causa de alguns livros.


Cadu Paiva, outro amigo, falou de seu descontentamento quando vê alguém usar a orelha do livro como marcador de página ou quando esquecem um livro dentro de um carro, ao sol (oh, céus, já me peguei fazendo isso, ainda que pouquíssimas vezes! Prometo não mais fazê-lo, Cadu!). E Clauder Arcanjo, meu amigo e editor, sempre muito zeloso com seus livros - todos os de sua biblioteca são cuidadosamente guardados em sacos transparentes, para não ficarem expostos à poeira - fala que não existe nada mais doloroso do que alguém pegar num livro sem antes lavar as mãos. Realmente, sujar as páginas com gordura, farelos de bolo e biscoito, respingos de café, é o mesmo que sujar a própria casa. 

Livros são objetos sagrados e, por isso, merecem todo o nosso cuidado, carinho e respeito. Assim como as pessoas. Aliás, livros são pessoas, em outro formato.

Até a próxima! 



Kalliane Amorim


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